DIA DE DEFESA DA FAUNA
Publicado em 27/08/2009
O dia 22 de setembro foi escolhido como o Dia de Defesa da Fauna. E essa escolha não foi por acaso: no dia anterior é comemorado o Dia da Árvore e o dia seguinte é o início da Primavera. Portanto, nada mais justo do que um dia para se lembrar dos animais.

Quando se fala em animais, não se pode excluir o ser humano, pois este nada mais é do que um animal diferenciado, racional. E essa não é a única diferença entre ao seres humanos e os outros animais: o Homem é o único animal que destrói o ambiente em que vive.

O fiolósofo René Descartes declarou, em 1637, que os animais eram como máquinas, mecanismos sem alma nem dor. O ser humano necessita dos animais para sobreviver, porém em pleno século 21 existem exemplos absurdos de mal trato de animais. Em alguns restaurantes no Japão os peixes são fritos vivos e apenas o cliente pode matá-los. Segundo Dagomir Marquezi, ambientalista, na China, Coréia e Taiwan, cães são lentamente torturados até a morte para que os consumidores possa saborear suas carnes com doses elevadas de adrenalina. Em fazendas chinesas, urso passam a totalidade de suas vidas – 40 anos – deitados entre as grades de gaiolas apertadas, com um tubo no fígado para a “coleta de bílis”, que os orientais utilizam como medicamento.

Além das crueldades “gastronômicas” e “medicinais”, o ser humano também caça certos animais indiscriminadamente para adquirir peles, couro, ossos e penas por pura vaidade, como no caso das focas, jacarés e elefantes. E ainda há aqueles que sacrificam animais para diversão, como os touros, galos e cachorros. Em nome da ciência, animais são mortos em laboratório ou criados a partir de experiências genéticas para satisfazer o ego de um grande número de cientistas. Por prazer ou por esporte, a caça também faz suas vítimas em todas as partes do mundo.

Por esses motivos, muitas espécies estão ameaçadas de extinção. No Brasil, tem-se como exemplo: o mico-leão-preto, o mico-leão dourado, a ararinha-azul, o cervo do Pantanal, a onça pintada, a tartaruga de couro, o peixe-boi e outros. Isso sem falar nas espécies que já desapareceram e outras que a geração atual nem conheceu. “Pelo ano 2020, 20 % ou mais dos animais da Terra estarão ameaçados. É a maior extinção a curto prazo desde os dinossauros”, diz o doutor Gerard Bertrand, da Audubon Society. A revista Superinteressante Especial (junho de 2001), calcula que 17.500 espécies de animais e vegetais desapareçam do planeta a cada ano com a destruição dos habitats, esse número pode crescer, comprometendo processos naturais inerentes aos animais como a polinização e a reposição de nutrientes no solo.

De acordo com a revista Veja (edição especial no 22, dezembro/2002), o Brasil abriga aproximadamente 20% de todas as espécies animais do planeta. O maior ponto de diversidade do mundo foi descoberto em 2001 no Acre: lá estão 50 espécies de réptil e 300 de aranha. Na Amazônia, existem 191 espécies de aves exclusivas da região. No Parque Estadual Morro do Diabo, região de Teodoro Sampaio, existem pelo menos 300 espécies de aves das 1.600 conhecidas no Brasil.

Apesar do perfil negro apresentado, a situação para os animais tende a melhorar. Em 1978, a UNESCO proclamou a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, em Bruxelas, Bélgica. O documento não faz milagres, mas foi um grande passo para que haja uma preservação efetiva da fauna. Além disso, o Brasil tem uma moderna lei de crimes ambientais que pune severamente os infratores. Isso sem falar nos movimentos e organizações ambientalistas, que procuram chamar a atenção dos governantes para que leis sejam feitas e cumpridas.

Michelângelo já dizia, em pleno século 16, que, enquanto os homens não aprenderem a respeitar os animais, não saberiam respeitar a si próprios.

Por Máriam Trierveiler Pereira
Possui graduação em Engenharia Civil, especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho e mestrado em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Paraná e é Doutoranda em Engenharia Química com ênfase em Gestão, Controle e Preservação Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Engenharia Ambiental, com ênfase em avaliação de impactos ambientais, sistema de gestão ambiental, qualidade ambiental da água, modelagem de poluição difusa, educação ambiental, planejamento e índices de qualidade sócio-ambiental urbana.

Fonte: Máriam Trierveiler Pereira
 
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